quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Kika de Castro: lente inclusiva


Fotos:Kika de Castro


“Escrevo com a luz”, esta foi a melhor definição encontrada por Kika de Castro, para descrever sua paixão, a fotografia. Kika se encantou pela arte com o pai, fotógrafo amador. Ela se formou em publicidade, chegou a trabalhar na área, porém abandonou para se dedicar à fotografia. Não se sabe se por destino ou coincidência, mas seu primeiro emprego como fotógrafa lhe levaria a fazer um trabalho diferente, de mostrar a beleza de outro ângulo, mais inclusivo.
Kika foi trabalhar como chefe do setor de fotografia de um centro de reabilitação para pessoas com deficiência. Entretanto, ela conseguiu transformar fotos impessoais, para prontuários médicos, no que ela chama de Fototerapia. A terapia pela foto é uma forma de resgatar a autoestima através de books.
“Fui à Rua 25 de março, comprei bijuterias, espelho, maquiagem e revistas. Levei para o meu setor e transformei aquela sala em estúdio fotográfico. Quando os pacientes perguntavam para quê era a foto, eu falava que era um pré-ensaio de uma revista masculina ou feminina, dependia do caso”, explica a fotógrafa.

Agência de modelos com deficiência
Ao ver os resultados dos ensaios, as pessoas fotografadas queriam saber se existia espaço no mercado para modelos com deficiência. Como ela mantinha contato no meio publicitário, resolveu montar a primeira agência de modelos de pessoas com deficiência.
Para ela, o mercado tem começado a usar o conceito de diversidade e inclusão na publicidade. Prova disso foi quando sua agenciada, a atriz Priscila Menucci, foi convidada para fazer o comercial da Skol, ao lado de outras mulheres bonitas, mostrando a sensualidade presente em todas as mulheres.

Padrão de beleza
Kika entende tanto sobre mostrar a sensualidade, que este ano apresentou na Reatech, a exposição “Toda nudez vai ser revelada”. “Fotos sensuais, de pessoas com deficiência não eram algo tão comum. As pessoas viram que a sensualidade quando bem retratada é uma ferramenta, seja de sedução, como uma forma de divulgar o trabalho como modelo”, define Kika.
O padrão estético está em constante transformação, no Renascimento, as mulheres acima do peso eram consideradas belas. Atualmente o padrão extremamente magro é um ideal. Mas, a fotógrafa pesquisou e percebeu que não existia referência entre beleza e pessoas com deficiência.
“Tenho orgulho de falar que as minhas fotos não têm Photoshop. Minhas modelos são aquilo que a foto mostra, sem máscaras, sem retoques. Sabemos que perfeição física, não existe. E minhas modelos provam que beleza e deficiência não são palavras opostas”, completa.
Kika encerra a entrevista com uma frase do cirurgião plático, Ivo Pitanguy, para refletir. “A beleza eu não sei definir, porém, sei reconhecer quando vejo”.

Fonte: http://www.guiainclusivo.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário